Jornalista conhece muita
gente. Tempos atrás conheci uma das repórteres mais lindas do planeta. O Blog
do Torva traz de volta uma entrevista (2011) que fiz com Livian Weber Dantas.
Blog
do Torva: O que você lembra da sua infância?
Livian
Weber Dantas: Eu nasci em Taquara, pequena cidade do Rio Grande do Sul, meu pai era
pastor da Igreja Luterana, mas cresci mesmo em Canoas, do ladinho de Porto
Alegre. Fiquei por lá até os meus 17 anos. Minha infância e adolescência foram
regadas a muito esporte. Tenho dois irmãos mais velhos, não fui criada para o
ballet, meu negócio mesmo era o futebol. Passava as tardes jogando futsal e
indo aos treinos do Grêmio.
Blog
do Torva: Seu pai era Pastor?
Livian
Weber Dantas: Eu cresci
dentro da igreja, até os meus nove anos de idade meu pai trabalhava como pastor
em Taquara. Depois mudamos para Canoas, pois ele foi trabalhar como professor
de teologia na Ulbra (Universidade Luterana do Brasil). Mas mesmo assim,
continuamos a frequentar a igreja, foi lá que eu comecei a arranhar na música.
Pra quem não sabe, também gosto de cantar.
Blog
do Torva: Como começou seu amor pelo Grêmio?
Livian Weber Dantas: Meu pai e meus irmãos sempre foram muito
fanáticos, minha casa é azul, não tem nada de vermelho. Nunca pensei em namorar
um colorado e também nunca quis, daria
uma baita encrenca. E pra deixar claro, meu esposo é São Paulino.
Blog
do Torva: Você se lembra de algum
momento marcante da sua infância?
Livian
Weber Dantas: Eu e meu irmão éramos novinhos, tínhamos por volta de 10 anos, pegávamos
trem e ônibus para ir ao estádio Olímpico. Nossos pais trabalhavam e a gente
acabava indo sozinho. O mais interessante eram aqueles marmanjos, fortes,
vestidos de regatas na torcida cuidando de nós. Naquela época o futebol era
mais seguro.
Blog
do Torva: E o sonho de ser jornalista?
Livian
Weber Dantas: A melhor forma que
eu encontrei de ficar no esporte foi com o jornalismo. Falavam muito que eu era
desinibida. Eu cantava, era líder da turma, presidente do grêmio estudantil,
gostava de um palco. Todos falavam que eu tinha que trabalhar na televisão, tinha
que aproveitar a minha cara-de-pau. Fiz vestibular, passei, fiquei e
amei.
Blog
do Torva: Antes de ser jornalista você foi modelo?
Livian Weber Dantas Eu era um moleque, vivia com as pernas roxas,
cabelo bagunçado, nunca fui vaidosa, nunca mesmo. Só que eu era bem magra e
alta, toda hora alguém me parava na rua e dizia que eu tinha que ser modelo. Um
dia deu certo, completei 17 anos e vim para São Paulo. Cheguei totalmente
perdida nessa selva de pedras. Fui morar com outras modelos em um apartamento
cedido pela agência Mega. Além de mim, eram mais oito mulheres, não me adaptei.
Acabei me juntando com duas amigas que mais me identifiquei e alugamos um
apartamento. Largar o sul foi complicado, mas sempre fui independente, sempre
quis morar sozinha e todos já esperavam por isso. Meus pais sempre me apoiaram.
Com apenas três meses de São Paulo
conheci meu marido, fui almoçar no restaurante dele. Parece que foi ontem, mas
isso já faz sete anos.
Blog
do Torva: E como foi essa adaptação
aqui em São Paulo?
Livian
Weber Dantas: Foi difícil, esse mundo da moda não era pra mim. Eu só continuava porque
o dinheiro era bom. Assim que eu conheci meu marido fui me afastando da
profissão. Trabalhei mais ou menos uns seis meses, acabei me casando, e todos
achavam que eu estava grávida, mas casei apenas por amor.
Blog
do Torva: Como foi parar no “Lance”?
Livian
Weber Dantas: Durante a
faculdade de jornalismo (Anhembi Morumbi) fiquei sabendo de uma vaga no jornal
Lance, era para trabalhar no site. Fui contratada como estagiária e acabei
virando vídeo repórter. Durante um ano frequentei os treinos dos clubes aqui de
São Paulo. Acabei tendo algumas dificuldades na faculdade, estava ficando
puxado demais, então deixei o Lance. Ainda trabalhei em um programa esportivo
na TV Brasil, se chamava “Giro Esportivo”. Era feito apenas por mulheres, era
uma farra. Pena que terminou logo, a falta de dinheiro antecipou o fim do
programa.
Blog
do Torva: Pensa em fazer outras coisas no jornalismo?
Livian
Weber Dantas: Além do futebol, gosto muito de esporte radical. Sou uma jornalista
esportiva, com muito orgulho. Queria trabalhar mesmo é na televisão. Os cabelos
louros devem servir pra alguma coisa, né? (risos).
Blog
do Torva: Sua beleza já atrapalhou em algum momento na profissão?
Livian
Weber Dantas: Seria falsidade dizer que atrapalha, mas algumas vezes também não ajuda.
Quando você é muito bonita a cobrança é maior.
Blog
do Torva: E preconceito, você já sofreu?
Livian
Weber Dantas: Já sofri sim. Acho
que mais por ter escolhido o jornalismo esportivo, é um ambiente muito
masculino. E homem quando fala mal é pior que mulher. Uma garota como eu, nova,
casada, feliz e que não frequenta baladas, muita gente estranha.
Blog
do Torva: Que tipo de comentário você já ouviu a seu respeito?
Livian Weber Dantas: Já ouvi de tudo, algumas histórias mirabolantes.
Diziam que eu era casada com um diretor de TV. Certa vez também disseram que eu vim do sul do país para ser garota de
programa. Modelo tem essa imagem suja, infelizmente.
Blog
do Torva: Como era o contato com os jogadores de futebol?
Livian
Weber Dantas: Tem jogador
que o contato é normal, outros, na maioria, ficam que nem criança olhando,
parece que nunca viram uma mulher na vida. Fiz algumas matérias nas
concentrações, os jogadores estão naquela abstinência, sabe como é. E tem
também aqueles mais abusados, brincam e passam cantadas. Teve um que ficou de
joelhos pedindo meu telefone. Era até divertido.
Blog
do Torva: Isso nunca te chateou?
Livian Weber Dantas: Sim, lógico. Teve um jogador que vivia pedindo meu telefone e e-mail. Não dei. E um dia na coletiva de imprensa ele falou que a esposa estava grávida do primeiro filho. Fiquei indignada e mandei um recado malcriado para o fulaninho.
Livian Weber Dantas: Sim, lógico. Teve um jogador que vivia pedindo meu telefone e e-mail. Não dei. E um dia na coletiva de imprensa ele falou que a esposa estava grávida do primeiro filho. Fiquei indignada e mandei um recado malcriado para o fulaninho.
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do Torva: E seu marido é ciumento?
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